Gelo…
Sinto o meu corpo gelar
Como animal morto caído pelo chão.
O meu fim tarda a chegar
Num passo lento, num passo bem devagar
Não pára de me magoar
Fere me com as pontas do seu arpão.
Fogo
O meu corpo está a arder
Sou Joana na fogueira do terror
Mas nenhum anjo me vem ver
Não há ninguém para me socorrer
Sou só corpo a falecer
A minha alma canta júbilos de louvor.
É fogo, é gelo
Que importa como sou castigado?
É inferno, disso eu sei.
Se for queimado…
Se for congelado…
Vou ser castigado
É a minha sina, é essa a lei.
Para mim não existe o divino
Não tenho lugar na lista do senhor
Mebahel toca o seu sino
Gabriel canta seu hino
E Miguel mata-me sem mínima dor.
No final da cena
O pano cai num silêncio cruel
Sai tudo sem ter pena
Sou touro morto na arena
Na companhia solitária de Israel.
Letra: Renato Machado
mais uma ves repito, nota-se um grande conhecimento, tanto a nivel histórico e biblico. a referencia a joana d'arc como simbolo de incompreensão, demonstra o estado de espirito do eu poético, notoriamente perturbado por algo, talvez a ideia nao ser perdoado pelos seus erros... gostaria de conhecer pessoalment o poeta... acho que estamos perante uma grande revelação.
ResponderEliminarquerubins e nefelins... mabahel, israel, gabriel e miguel... anjos ou ligaçoes a estes... fascinada com todo o enredo