segunda-feira, 30 de maio de 2011

Adele (vivendo em mim)

Talvez fosse um engano
Ou eu…
Talvez fosse uma certeza…
Nada me faria ver que estávamos errados
Que os verbos estavam mal conjugados,
Nem eu…
Faria isso de ti, mais humano?
Seria eu o bom samaritano?
Já nada disto tem beleza
Apenas letras e mais letras… uma frieza
De quem deixa para trás
O que de si morreu,
Quem sabe se fui eu…
Mas já não quero procurar que mal me fiz
Nem quero culpar alguém p’lo meu fracasso.
Anoiteceu…
Acho que só me falta dar este passo
E o final? Alguém por mim o diz…
Já está, aconteceu…
Não digas palavras que não queiras dizer
Que eu não direi aquilo que não queres receber.
Mágoa… já passou…
Quem é que nesta vida nunca errou?
Sou poema em constante correcção
Pois sou de carne e de razão,
Tenho sentido e tenho coração
Foi o que nos calhou, o que alguém nos deu,
Para que esta vida fosse uma confusão…
Sim… acho que fui eu…
Tudo isto se sucedeu…
Tudo isto foi uma paixão.



Renato Machado

terça-feira, 10 de maio de 2011

Adele (pensando em ti)

Jurei nunca mais cair
E tu... voaste por cima do meu juramento.
Fizeste o teu ninho sobre o meu corpo tombado,
Como se eu fosse um rochedo cansado de existir...
Vi-te crescer e despegares-te de mim,
Momento a momento.
Em mim, o teu ninho não apanha vento
(sabes que sempre te darei sustento)
Porque mesmo no chão, derrotado,
Farei tudo por ti.

Seria pedir demais, pedindo o teu amor,
Como seria demais pedir que te afastes de mim...
Parece que o teu ninho
Para todo o sempre em mim ficará,
Resta saber que vidas ele nos trará...
Já que para ti, eu só quero o melhor.

Mas se um dia o vento, o teu ninho soprar,
É entre um Sim e um Não que eu vou balançar.
Tal como eu, tem vezes que mereces cair,
E a paga será o meu desamparo...
Se eu puder, sobre ti eu disparo,
E aí verei se é contigo que me vou socumbir.


Renato Machado