segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Isto da poesia… tem coisa que se diga...

Tem coisa mais estranha que a palavra?
Encontrar rima onde não existe…
A gente junta palavra com palavra,
É um caça-palavra!
Credo! Cristo!
Que esta rima persiste…
Nunca tinha visto disto,
Onde já se viu rimar sem ligar ao sentido?!

Talvez o dicionário, dele a tenha varrido…
Será que encontro tal léxico por aí perdido?
Vou mas é pensar no que hei-de escrever,
Uma palavra curta de tamanho menor
Ou palavra alongada de tamanho superior?
Alguma coisa há-de ser.
Devo eu desistir
Ou continuar até finalmente me sair?

Esta coisa das palavras é cá uma trabalheira…
Porque não posso eu escrever poesia à minha maneira?
Vai na volta se rimar, rimou!
Se não der…olha… paciência…
É apenas poesia, não requer muita sapiência.
O que está escrito, escrito está…
E mais escreveria se mais léxico houvesse
E até mesmo se mais linhas eu tivesse,
(Claro está)
E assim termino um poema que não começou.



Renato Machado

domingo, 7 de novembro de 2010

Viagem na companhia da Dor

Não sei o que me dói
Onde me dói,
Nem quando me dói,
Apenas sei que é dor que grita dentro de mim,
Dor que quer ser alguém, dor que quer viver para lá de mim.
Esta é a minha dor, eu sou a dor,
Dói tanto, mas nada digo, porque tenho de ser assim…

Dói mais a alegria que tento extravasar,
Os sorrisos esboçados que não saem de mim
Que vieram de outro lugar.
Dói mais os momentos de agitação e felicidade
Porque sei que esse não sou eu,
Apenas um corpo que Deus me deu,
Não me quero assim para minha verdade,
Dói tanto, mas nada digo, porque tenho de ser assim…

Não dói quando choro com gosto,
É como um calor de um fogo posto
Que acalenta esta alma sedenta de paz.
Sou eu se a tristeza não me dói
Se a bondade não me corrói
Se o que o tenho hoje, fique pelo caminho,
Para que possa ir sozinho
Sem saudades do que fica para trás.

Dói tanto, mas nada digo, porque tenho de ser assim…




Renato Machado