domingo, 7 de novembro de 2010

Viagem na companhia da Dor

Não sei o que me dói
Onde me dói,
Nem quando me dói,
Apenas sei que é dor que grita dentro de mim,
Dor que quer ser alguém, dor que quer viver para lá de mim.
Esta é a minha dor, eu sou a dor,
Dói tanto, mas nada digo, porque tenho de ser assim…

Dói mais a alegria que tento extravasar,
Os sorrisos esboçados que não saem de mim
Que vieram de outro lugar.
Dói mais os momentos de agitação e felicidade
Porque sei que esse não sou eu,
Apenas um corpo que Deus me deu,
Não me quero assim para minha verdade,
Dói tanto, mas nada digo, porque tenho de ser assim…

Não dói quando choro com gosto,
É como um calor de um fogo posto
Que acalenta esta alma sedenta de paz.
Sou eu se a tristeza não me dói
Se a bondade não me corrói
Se o que o tenho hoje, fique pelo caminho,
Para que possa ir sozinho
Sem saudades do que fica para trás.

Dói tanto, mas nada digo, porque tenho de ser assim…




Renato Machado

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