sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Não o querendo, sei que o faria,
E mesmo querendo não to diria…
Sei que não posso, mesmo assim te daria
Todas as dúvidas se as quiseres ripostar.
Sei que vai chegar esse dia
Talvez me questione, mas sei que tudo assim seria
Nem que fosse por mais um dia…
Sim, eu sei que por ti iria
A onde nunca te quis procurar.

Sabendo disto, todo o tempo terei,
E feito isto, por esse caminho errarei…
E não podendo, já o fiz,
Porque contigo eu assim quis.
Se caso faltar palavras para te merecer,
Farei de tudo para as entender
Mesmo antes de te as implorar…
E se palavras não bastassem para de pedir
Seria mais fácil olhar-te nos olhos e sorrir
Se a suposição desarmasse o meu sonhar.

Assim sendo, vou-te querendo,
E mesmo não te querendo, vou-te prendendo
Em memórias que nunca tive contigo…
Mas talvez, nos primórdios de um “contendo”
A gente vai-se vendo
Num compasso desalinhado de um passado não muito antigo…

Renato Machado

domingo, 1 de setembro de 2013

Tributo a Variações

Vou entrar no teu jogo
Habilmente pedir-te fogo
E oferecer-te a minha ilusão.
Beber o gosto do teu momento
Roubar-te cada brisa de conhecimento
E entregar-te a minha razão.
Não farei de ti um prisioneiro
De um tempo sem tempo inteiro
Por algo que nunca nos aconteceu.
Levarei todas as esperanças
Esperar que o vento traga mudanças
E quem sabe, encontre aquilo que nunca se perdeu…
Marcarei as tuas vertentes
Com verdades inexistentes
No lusco-fusco da nossa inaptidão.
Sairei por ti, e contigo só mais uma vez,
Farei de tudo para entender os teus porquês
E dar-te finalmente a minha exactidão.

Se for para ser, eu direi que o será,
Direi que o tempo finalmente me tocou
Mas se te perder, nada se perderá,
Não haverá espaço para empecilhos
Apenas força para puxar de gatilhos
E se te mantiveres de pé,
Arranjarei mais um pouco de fé
Para te manter por cá…

Renato Machado


quarta-feira, 21 de agosto de 2013

white flag

Peço desculpa se nunca te perdi,
Se nem perdi tempo a tentar-te para mim…
Perdão se de alguma forma nunca te fiz viver aqui.
Já é tarde para apanhar a tua corrida,
Nem sei se saberia qual a porta por onde entrar
Com qual das tuas almas conversar,
Nem sei se me quererias assim
Em ti, me aceitar…
Já é tarde para te procurar
E talvez nem estejas lá quando eu acordar,
Quando eu quiser mais de ti do que de mim…
Peço desculpa se nunca te fiz crescer,
Se em mim não plantei a fonte da tua razão,
Se no meu ser não te desenhei
Aquele elemento que todos queremos
Só eu, apenas eu, nunca o desejei
Porque não és tu, sou eu
Aquele que vive em mim,
Sem respirar, sem querer um coração,
O teu coração…

Renato Machado




Novos dias...

Acabámos de erguer o novo mundo
Nas palavras acesas que gritámos ao finalmente conseguir
Olhar para cima sem receio que o céu
Esse céu, temente, nos caísse sobre nossas cabeças.
Lembras-te do medo que vimos em cada olhar
Por onde passámos sem misericórdia?
O mesmo medo que estava lá, esperando por nós…
Fomos mais fortes que a miséria será na hora da morte!
Confesso que tive receio de avançar,
Avançar e ver que o passado veio connosco
Fazendo do futuro, um quadro do romantismo enfadonho,
Quando jurámos que não seriamos mais do mesmo.

Mas se o nosso destino é quente,
Não vai ser preciso subornar o barqueiro
Basta dar-lhe o “óbolo como esmola”
E esperar que a barca navegue entre as almas
Até encontrar novamente margem nas terras de Hades.
Não vale a pena ter medo, meu amigo
Quem lá está, será nosso e no fim
Ainda tenho a amizade das moiras.
Nascemos com almas de Mégaras
E viveremos segundo as leis que Éris nos ensinou.
Não haverá mal que nos chegue se desejarmos viver,
Nem bem que nos acolha se quisermos ser mortais.
Por isso meu amigo, deixemos os medos para trás
Seremos o que a vida quiser.
E se um dia sentirmos o fogo crepitando na nossa pele
Saberemos que a vida não foi em vão
Que o preço do bilhete foi merecido
Por isso, voltemos a erguer o mundo a cada segundo.



Renato Machado