domingo, 27 de setembro de 2009

Poeta

Grande é a palavra poeta!
No seu mais vasto significar…
Gigante como cometa,
É corredor de bicicleta,
Federado, alto atleta,
Reformado maneta,
Prematura proveta
Guardada na ampulheta
No tempo suspenso do teu olhar…

Tão pequeno é um poeta
Poeira minúscula no vento…
Será apenas mais um profeta,
Condenado a marioneta,
Pelo sonho que lhe infecta
As veias gloriosas do talento!

Morto estará o poeta
Às mãos da miséria erguida!
Quando o povo já não o veta,
A palavra que desperta
Andará por parte incerta
No tardio honrar da vida…

Renato Machado

3 comentários:

  1. grande poema! é curioso como alguem sem formaçao ou qualquer tipo de estudo, consegue uma metrica tao perfeita. gosto do desenvolvimento do poema, primeiro expoe-se as caracteristicas do poeta coparando-as a invulgaridades do universo. o lado positivo e negativo de uma alma poética. muito bem conseguido.
    a análise de vida de um poeta e da sua obra é bastante curiosa, digna de se estudar, repleta de controversias e ao mesmo tempo repleta de verdades.
    este poema em particular parece-me a mim (corrijam-me se eu estiver errado) seguir uma corrente revoltosa e ideialista de Ary dos Santos, mas muit mais leve e sem mostrar tanta revolta como o Ary o fazia.
    em resumo, gostei bastante do poema. espero que consiga chegar a algum lado com o seu trabalho
    parabéns.


    António Serra Dias

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  2. obrigado plo seu comentário. levarei em atenção a sua critica que, com certeza me ajudará a evoluir.

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  3. sim, realmente, escrevi este poema numa sequencia de leituras intensivas da poesia de Ary. Ary inspira-me, tal como Pessoa e O'neill.
    estou a ver que o amigo é um entendido e conhecedor da poesia "aryana" (como gosto de lhe chamar).
    mais uma vez obrigado plo seu comentário

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