Talvez um dia ou para nunca mais…
Peixe, a maré ainda vaza?
Já sinto o cheiro do mar entrando em mim,
Cada molécula que se diz água
Rasgando-me num frenesim
Até alcançar a pedra segura do meu cais,
Talvez nesse dia, seja dia de nunca mais…
Vou ancorar mesmo aqui,
Tentar fazer da vida, a minha nova casa
E apelidar de vida a minha eterna mágoa.
Peixe, quando me levas contigo na maré?
Céu azul empalidecido é calor querendo chegar…
Mentiroso oprimido
Esperançado e destemido
Ansioso que o tempo o consiga enganar…
Talvez um dia… hoje não.
Sou massa mal cozida que não deu pão,
Massa rebelde que não lhe quis mão…
Talvez um dia, mas hoje vou a pé.
Renato Machado
terça-feira, 22 de junho de 2010
segunda-feira, 14 de junho de 2010
Poema a Deus
Há quem não te comente apenas por não saber o que dizer.
Também eu…
Evito enfrentar-te todas as manhãs da minha vida
Todas as tardes da minha vida,
Todas as noites da minha vida,
Toda a minha vida…
Há quem não te queira apenas por não ter de te querer.
Também eu…
Não te quero…
Não te choro…
Não me importo se estou só.
Assim o espero,
Até desespero,
Se for preciso, até adoro!
Mas não vou lavar-me no teu pó…
Sou corpo feito vida na madrugada
No lusco-fusco da terra meio adormecida.
Sou do nada, vim do nada,
Sou de gelo, sou geada,
Sou sol que queima na parede caiada,
Na manhã que é criança entristecida.
Também eu…
Há quem não te rogue por nem saber o que é rogar…
Já eu sei o que é te implorar…
Manhãs quentes e tardes de pão.
Acordares ausentes… adormecer na solidão…
Também eu sei quem tu és
E por o saber, não me ajoelho a teus pés…
Deus… também eu!
Renato Machado
Também eu…
Evito enfrentar-te todas as manhãs da minha vida
Todas as tardes da minha vida,
Todas as noites da minha vida,
Toda a minha vida…
Há quem não te queira apenas por não ter de te querer.
Também eu…
Não te quero…
Não te choro…
Não me importo se estou só.
Assim o espero,
Até desespero,
Se for preciso, até adoro!
Mas não vou lavar-me no teu pó…
Sou corpo feito vida na madrugada
No lusco-fusco da terra meio adormecida.
Sou do nada, vim do nada,
Sou de gelo, sou geada,
Sou sol que queima na parede caiada,
Na manhã que é criança entristecida.
Também eu…
Há quem não te rogue por nem saber o que é rogar…
Já eu sei o que é te implorar…
Manhãs quentes e tardes de pão.
Acordares ausentes… adormecer na solidão…
Também eu sei quem tu és
E por o saber, não me ajoelho a teus pés…
Deus… também eu!
Renato Machado
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