Serei palavra em qualquer parte
Serei memória daquilo que pretendo ser?
Não faz mal, o que me importa é estar comigo
O que me faz feliz é saber que tento
Que vou onde me leva o vento
E que no fim, sou aquilo que de mim consigo.
Serei palavra em qualquer parte
Serei o mundo que espera por me ter?
Basta-me apenas sentir-me a seguro
Do sonho que outrora me visitava
E que pelo meu nome tantas vezes clamava...
Talvez seja eu que o sustento, que o procuro.
segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011
domingo, 13 de fevereiro de 2011
Quarto-crescente
“Leite que é bom sempre acaba”
Dizia mãe gata no desespero…
Minha mãe dava-me doces,
Meu pai trazia-me espuma,
E eu era um projecto de gente sonhadora…
Só não vi Nossa Senhora
Nem incenso nem caruma,
E se não fosse o galo cantar
Estaria ainda sentado na estrada,
Com uma mala por vazar
Repleta de pedaços de nada.
Faz tempo que sei que a lua é mentirosa…
Mas sarilho é o negrume que se nasce no dente.
(Salomão bem o sabia.
Mas sobre tal estória nada se ouvia
Dizer que cruzar bem com o mal,
Era abrir guerra com o imortal…)
Pior foi o desabrochar do dia!
Quantas batalhas quiseram que se fossem lutar
Para que de forma leve e airosa,
Nascesse sem espinhos uma única rosa…
Faz tempo que sei o quanto a lua é mentirosa…
Apressou-se a pressa com medo de se atrasar,
Amedrontada de não se ver morrer.
Eu estava lá e nada vi!
(mas eu cá sou assim…)
Nada se deve dever nada
Por dever de um devedor.
Vou acabar por viajar
Ou então pernoitar, acabando por adormecer.
(já a farda está passada
Só me falta um condutor).
Renato Machado
Dizia mãe gata no desespero…
Minha mãe dava-me doces,
Meu pai trazia-me espuma,
E eu era um projecto de gente sonhadora…
Só não vi Nossa Senhora
Nem incenso nem caruma,
E se não fosse o galo cantar
Estaria ainda sentado na estrada,
Com uma mala por vazar
Repleta de pedaços de nada.
Faz tempo que sei que a lua é mentirosa…
Mas sarilho é o negrume que se nasce no dente.
(Salomão bem o sabia.
Mas sobre tal estória nada se ouvia
Dizer que cruzar bem com o mal,
Era abrir guerra com o imortal…)
Pior foi o desabrochar do dia!
Quantas batalhas quiseram que se fossem lutar
Para que de forma leve e airosa,
Nascesse sem espinhos uma única rosa…
Faz tempo que sei o quanto a lua é mentirosa…
Apressou-se a pressa com medo de se atrasar,
Amedrontada de não se ver morrer.
Eu estava lá e nada vi!
(mas eu cá sou assim…)
Nada se deve dever nada
Por dever de um devedor.
Vou acabar por viajar
Ou então pernoitar, acabando por adormecer.
(já a farda está passada
Só me falta um condutor).
Renato Machado
sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011
Ilha a Norte
Tem vezes que me pergunto
Porque não me dou por vencido…
Outras tantas que passo a palma da mão
Naquilo que intitulo de consciência,
E firmo o corpo, levanto o rosto,
E sigo para aquilo que é a minha frente.
Ao certo, nunca fui de me redimir,
Mas também nunca fui de o fazer, de o conseguir…
Ao certo, nunca fui um alvo abatido,
Mas também não vou jurar que já não o tenha sido…
Por tantas vezes me perder,
Por tantas vezes me deixar vencer,
Não significa que em mim não haja persistência…
Que se aloje em mim a pedra e a cal
Que me hão-de sepultar,
Mas não posso crer que seja esse o mal
Que me há-de findar…
No fundo sou uma árvore
Que em pé sucumbe, em pé se seca,
Que morre hirta e gloriosa
Porque ao morrer, nunca mais peca
Por se sentir aos olhos alheios vitoriosa.
Árvore morta que se ergue para tocar o céu
Para mostrar ao mundo, como o mundo já foi seu…
A persistência vive enquanto eu viver
Enquanto por mim estiver disposto a lutar
Enquanto vir ao longe o que posso vir a ser…
Da morte também se faz vida,
Do chão também colhe coragem.
Do medo nasce a despedida
E de mim vem a procura, de mim vem a viagem…
Renato Machado
Porque não me dou por vencido…
Outras tantas que passo a palma da mão
Naquilo que intitulo de consciência,
E firmo o corpo, levanto o rosto,
E sigo para aquilo que é a minha frente.
Ao certo, nunca fui de me redimir,
Mas também nunca fui de o fazer, de o conseguir…
Ao certo, nunca fui um alvo abatido,
Mas também não vou jurar que já não o tenha sido…
Por tantas vezes me perder,
Por tantas vezes me deixar vencer,
Não significa que em mim não haja persistência…
Que se aloje em mim a pedra e a cal
Que me hão-de sepultar,
Mas não posso crer que seja esse o mal
Que me há-de findar…
No fundo sou uma árvore
Que em pé sucumbe, em pé se seca,
Que morre hirta e gloriosa
Porque ao morrer, nunca mais peca
Por se sentir aos olhos alheios vitoriosa.
Árvore morta que se ergue para tocar o céu
Para mostrar ao mundo, como o mundo já foi seu…
A persistência vive enquanto eu viver
Enquanto por mim estiver disposto a lutar
Enquanto vir ao longe o que posso vir a ser…
Da morte também se faz vida,
Do chão também colhe coragem.
Do medo nasce a despedida
E de mim vem a procura, de mim vem a viagem…
Renato Machado
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desejos
sábado, 5 de fevereiro de 2011
Uma moeda no chão
Não quero ser nada de tudo aquilo que sonho ser,
Nem mesmo quero ser alguém
Que comigo queira viver.
Não me quero aqui, nem mesmo em toda a parte,
Nem que o meu ser seja de suprema arte.
Sou todo o mal e todo o bem,
Sou aquilo que me falta e o que não me convém,
Sou parte de um todo, sou totalmente vazio,
Sou o calor que me acolhe e o próprio frio…
Para onde vou? Sei que em mim não estou…
Porque não sou um rio?
Renato Machado
Nem mesmo quero ser alguém
Que comigo queira viver.
Não me quero aqui, nem mesmo em toda a parte,
Nem que o meu ser seja de suprema arte.
Sou todo o mal e todo o bem,
Sou aquilo que me falta e o que não me convém,
Sou parte de um todo, sou totalmente vazio,
Sou o calor que me acolhe e o próprio frio…
Para onde vou? Sei que em mim não estou…
Porque não sou um rio?
Renato Machado
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