“Uma pedra só é pedra
Se pedra esta sonhar vir a ser…”
Pobre pedra se pudesse,
Se outro mundo para si houvesse
Não seria pedra, apenas por ser pedra,
Nem que por pedra tivesse de se escolher…
Pedra não é pedra por sua ambição.
Não. Coitada, pedra do chão, sempre pisada…
E fosse ela pedra de altar,
Ou pedra gloriosa de um monumento qualquer…
Mas não… Pedra é pedra de chão!
Calçada cinzenta que se pisa sem se ver,
Pedra enquadrada no seu quadrangular…
Pedra livre presa ao chão… pobre Pedra abandonada…
Lá está ela mais que conformada
Será pedra que ali viverá
Até outra pedra em seu lugar ser tomada…
Pedra, é o teu destino!
Quem p’ra o teu corpo olhar
Verá pedra, mas não a Pedra, a pedra sem história
Pedra sem memória
Pedra que é pedra, e que pedra é o seu destino…
Pedra, serás pedra e terás que o suportar.
Deixa estar Pedra… o teu corpo é imortal.
Quem te pisa, pisa vezes sem conta até se esgotar
Mas tu ver-lhe-ás passar…
E tu, pedra, para o mundo estarás sempre igual…
Renato Machado
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