quarta-feira, 23 de março de 2011

Tu...

Tu, o que és em mim?...
És o vento que fica por me soprar…
A velha árvore que fica por me morrer,
Aquela história que fica por me contar,
O rio que desce, e não mais há-de subir…
O sorriso que deixei por te sorrir…
És a metade de alguém que ainda não te descobriu
Ou a metade de alguém que nunca existiu…
A frase que fica por terminar
Por não ter mais vontade de to dizer,
Ou quem sabe, o dia que há-de chegar,
Ou o dia que ficou por acontecer…
És o frio que a espinha não se me arrepiou
Ou o fogo que não senti, aquele que em mim não crepitou…
Pena não seres nada que viva em mim
Nem nada que eu queira vivendo em mim…
Sou feliz assim… por não seres vontade em mim…
Apenas curiosidade… imagem sem prezas de verdade
Ou qualquer pingo de amor, ou tão pouco lealdade…
Não… em mim não és nada
Nada que mereça o esforço de chorar,
Tal como o pó da estrada
Que a gente sacode para outro dele se sujar…



Renato Machado

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