Há palavras feitas para se aplaudirem de pé.
Outras que nem se querem ser ditas,
Há quem diga que são malditas…
Pessoalmente, detesto essas betas, benditas,
Querem fama, acham-se eruditas…
Há filhas e enteadas, mas é!
De quando em vez, solto-lhes as rédeas
Dessas desgraçadas sedentas de liberdade.
E lá vão elas, a alto e bom som
Um “foda-se!” que é do bom,
E sacia cá dentro qualquer traço de ansiedade.
Mas não… aqui não se quer calão!
Só palavras clássicas, elegantes, gentis…
Que fizeram as outras coitadas
Para me responderem no momento imediato
Ao soltar estas mal-amadas
“Isso não se diz!”?
Cada qual tem o seu lugar…
E se alguém por interesse, no mundo as botou,
São então para serem usadas por quem cá ficou…
E se busco a melhor palavra quando procuro figurar,
Que jeito tem dizer “arre” ou “irra” quando me estou a passar?!
Renato Machado
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