quinta-feira, 29 de julho de 2010

Poema para uma despedida (ao meu pai)

O que sonhaste já lá vai,
Flutuando entre a espuma do esquecimento
Tal barco de papel que parte sem destino.
O que sonhaste já lá vai…
Vai seguindo a maré alheia ao esquecimento,
Como se pedisse guarida ao vento,
Como um pássaro voando no sol vespertino.

Vão sonhos, vão beijar a eternidade
Que quem aqui dorme, jamais lhe tocará.
Vão ser de outro alguém que lhes dê tamanha graça e valor,
Que tenha ainda energia, a força de ser calor…
Ai… vão sonhos, vão beijar a eternidade
Que quem aqui dorme, para todo o sempre dormirá.




Renato Machado

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