terça-feira, 27 de abril de 2010

Rir a bom rir

Rir a bom rir
Como prata barata, mesmo assim reluzente!
Fartotes e pinotes…
Desdenhar de consortes…
Rir do mal e de todas as mortes,
Porque a comédia é o sangue dessa gente!
Rir que é bom rir…
Mentir tem sorrir,
Tem o futuro que há-de vir…
E o passado que nem ressuscitado voltará a surgir.
Gargalhadas de alívio e suores frios,
Tempos levados em mil águas
De mil rios.
Gargalhadas de contentamento…
Rir a bandeiras despregadas,
Aortas bombeando aceleradas,
Sangue garrido apressado como o vento!
Já que rir é apenas rir
E sorrir é tantas vezes fingir,
Então, a felicidade de tantos faz-se de mentir.
Faz-se do fermento explosivo da emoção contagiante,
De acontecimento repentino, inesperado, cavalgante,
E desatamos a rir!...
Mal ou bem,
É esta pequena felicidade que a todos convém.
Mal ou bem…
Pena daquele que não a tem…
Rir e voltar a rir…
Chorar vezes sem conta de tanto rir!
Faz rugas… mas faz sentir,
Que a tristeza,
Com certeza,
Essa há de um dia vir.



Renato Machado

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