terça-feira, 20 de abril de 2010

Teatro do meu “Faz de Conta”

Quando nos foge a alma… foge-nos tudo.
Os ramos, os galhos quebrados à sua passagem,
Os verdes esmeralda que ao longe nos falam…
O mundo pára quieto, surdo e mudo.
Até o vento deixa de circular por entre a paisagem,
No vazio de vozes estridentes que ali se calam.

O interior tenta em vão a escapatória,
O passo em frente… não tem fama, não tem glória…
Porque o que a ninguém pertence,
Por ninguém luta, nem sequer a si se vence,
Quanto mais, vincar assento no platô vivo da história.

“Palmas à dona Alma e à sua coragem!”
E todos aplaudem de pé a exímia actriz,
Aquele vulto virtuoso que cala quando a si mesma o diz:
“Felizes aqueles alheios à minha imagem…”

Oh que gente tão bem vendada na cegueira da vida!
Qual foi a lição não aprendida, mal ensinada,
Qual foi a palavra que não lhes foi assimilada
Qual a lição desprezada de guarida?

Não se abandona o palco repleto de palmas
Muito menos quando este ainda respira uma réstia de luz.
Mas são tantas as minhas “donas Almas”
Quando perco a noção de quem me conduz.




Renato Machado

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