terça-feira, 4 de maio de 2010

Meu Vicio de Fernando Pessoa

Pedra de cal…
Poeta concebido de areia e sal,
Santa macumba, benzida de todo o mal,
Coração batendo desventurado
Pensamento longe… sobrevoado,
Essência nata do seu original.

Poeta que voa na incerteza do feito…
Poeta cantor de melodias tristes, da dor no peito.
Sol de lua que não se condiz
Palavra nua que a rua tem como sua aprendiz…
Poeta amado assim do seu jeito.

Essência sem norte,
Pescador ingrato de ideias e de sorte,
Velha carcaça amedrontada p’lo esquecimento da morte…
Poeta sem medo de ter medo
Ou medo de até assim não se sentir!
Poeta do segredo
Na ânsia, a ganância de assumir
Que o seu ego é mais forte!

Palavras ingratas
Ideais interiorizadas, inatas
Poeta em razão de ser nascido,
Poeta em razão de perecer, em si sucumbido…

Poeta das horas passageiras,
Cardume de vida fervilhando na alma!
Palavras doces que o pensamento acalma,
Ai poeta…poeta de tantas cegueiras…



Renato Machado

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