Não senhor!
Gostava eu de poder correr no limbo,
Gostava eu de escarrar palavras entaladas!
Não senhor! Der por onde der, seja lá quem o for…
Seja gente, seja mulher…
Pedaço de pecado caído de onde o esquecer,
As memórias não serão apagadas,
E eu tenho por mim amor!
Vão passear meus amigos
Que aqui não se chora mais e se deixa fiado.
Vão para o diabo que vos carregue
Tanta maldade junta, só ele mesmo a consegue,
Aguentar de rosto animado!
Não se mendiguem com pragas do Restelo,
Não façam o bélico parecer belo,
Não me façam a mim desfiar-vos o novelo…
Dó… lamento sentir por vós pena
Mas é o que sinto e tem que o ser.
Esvaiu-se-me a paciência de crer em passarolas voadoras
A esperança de um dia girar os 180 graus e mudar-vos de cena…
Todas as cabeças são e serão sonhadoras,
Mas a vida tem um caminho e, é para a frente que assim deve ser.
Renato Machado
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