Como viver aprisionado na luz,
Um ser que não voa, que não plana
Mas uma alma brava que recusa pousar…
E vai tacteando todas as partículas no ar,
Escutando as vozes na mente que lhe engana…
Vivendo cada segundo da solidão da Luz.
E o vento turbulento que sopra estagnado,
Vem ferozmente abraçar o vazio…
Paz… clareia o imaculado da confusão,
Paz… ordena por ordem a ilusão…
E o que se apura sem prumo nem brio,
Vem como um calor ardente de calafrio,
Aninhar-se no escuro que ficou passado.
É como voltar a viver cada momento
E não poder dizer que já antes o tinhas vivido…
Apoiando-se naquilo que não se tem e se quer ter,
Quando a voz que lá ao fundo grita, não chama pelo seu nome…
Mais nada… só o vento!
A jangada de sentimentos vai-se destruindo,
Peça a peça, lá se vai tudo o que lhe fez viver…
Nessa luz que lhe exausta, seca os limites, tira-lhe a fome…
Jura-lhe que o tempo passou,
Conforta-lhe no escuro, chora, se isso o acalmar…
Mas segue… o passado, lá atrás ficou,
O frio, a luz… tudo isso se evaporou!
A noite por fim, chegou…
É hora daquele ser voltar a sonhar…
Renato Machado
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