segunda-feira, 29 de março de 2010

O Beijo

Será proeza tamanha a sabedoria de amar livremente?
Os seus dedos rodopiam na incessante trégua sem razão…
Se as memórias alimentam as sensações,
Se os gritos escutados, são bramidos de corações,
Para quê esconder aquilo que de veras se sente?
Não será gesto este mais prudente,
Que viver na própria negação?
E os impulsos que são humanos,
Escondem-se por detrás do pano opaco translúcido
Com medo até de poder voltar a sentir a liberdade…
A estranha sensação de ser livre para amar!
Como se a sua alma fosse livre de se ausentar,
Dos deveres por si impostos, desumanos.
Mas é dele a vontade de se sentir oprimido,
Dele a vontade e a força de se conquistar…
E poder amar,
E voltar a amar…
Amar, ser livre de amar… no beijo da liberdade!





Renato Machado

1 comentário:

  1. Que palavras tão belas deixas nesta tela, efusivas e penetrantes, construindo maravilhas da escrita, num semblante mais original. Gosto dessa forma como escreves, essa magia aguçada do fluir dos sentimentos. Continua assim amigo e guarnece todo esse prelúdio que na tua alma se encerra, em magníficas telas literárias. Espero que continues a amar, que no beijo da liberdade encontres o teu beijo, construindo os fundamentos do ser livre e de tanto mais. Sejam os teus percursos suavidade dos flancos de uma paisagem embelezadora, no acordo com os formatos do teu sentir. Escreve, escreve sempre…
    Abraços

    ResponderEliminar