terça-feira, 13 de outubro de 2009

Margarida

O silêncio mora no abismo do teu olhar,
Quando te recusas a falar de tudo aquilo que sentes.
Alma de pássaro vasculhando sítios onde pousar,
É batalha que teima por não findar,
Para poder viver sem receios
As alegrias que proteges com todos os dentes…

As mãos pousadas no descanso do corpo sereno,
São como jóias perdidas no tempo das memórias…
Fadigas sem morada nem terreno,
Partes ignoradas no choro mais pequeno,
Quando forças a tranca
Para esconder todas aquelas histórias…

Não te escondas num pedestal de superioridade…
Da segurança que adquiriste pela secura.
Seres sensível mostra aos outros,
Um pouco de dignidade!
Demonstra um carácter desnudo de vaidade,
Na busca infindável pela tua auto-procura…

Serás sempre para mim, uma divina dúvida.
A mente mais complexa e repleta de medos,
Recolhidos em palavras e segredos,
São mistérios de uma flor já crescida!
Pétalas levadas p’lo vento,
De uma simples margarida…

Renato Machado

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