terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Sólido

Nem ele rompe a música que vive em mim
Ou o silêncio que me embebeda…
Porque simplesmente não tenho medo,
E não faço disso um segredo,
Como para muitos, é trama que lhes enreda
No cortante delicado do seu cetim.

A mim, nem Deus me ordena
Ou me julga culpado, sem minha consciência…
Não! Também tenho Teo em minha posse!
Sou senhor fazedor de tudo o que quero, como se o fosse
Criador da minha própria eloquência!
Farei eu o meu castigo, saberei a minha pena!

Se o fogo me quiser queimar
Pois que saiba realmente àquilo que vem…
Nem medos, nem anseios
Nesta corrida, tenho em minha mão os arreios,
O meu Neptuno é digno de se dignar
Ele em mim, numa vida plana para enfrentar,
Pois não julgue ninguém…

Até o mais fino grão no seu singular
É capaz na solidão, a vitória do seu desejar.



Renato Machado

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