Em desalinho
Vou segurando pontas distraídas,
Tal peça solta.
Como se um único ponto cosesse a alma,
Como pontos largos sem caminho...
E desenho avenidas!
Vou-me imaginando nas suas subidas!
Sem possuir esquadria ou calma,
Sempre sozinho...
Porque a minha agulha,
É tal fagulha sem trona volta.
E de uma só vez,
Todas as malhas que me incorporam,
São remendadas pela minha mestria.
Talvez o "ponto sonho" que se mostra frouxo no seu revés,
É perfeito aos olhos do mundo, e pode ir de lés a lés...
Bordado que sou, foi Deus que o fez!
Se um ponto falhou...
Emende-o quem me emendou!
Mas as minhas malhas não choram,
Nem a perfeição elas adoram...
Tão pouco a alma mostra histeria...
Renato Machado
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