Para quê guardar os passos que outrora dei,
Se o passado é passado
É coisa que não volta
E eu jamais te terei?
Para quê olhar para trás e recordar momentos vividos,
Ficar parado na pensamento
Do quão felizes poderíamos ter sido?
Para quê?
Foi bom enquanto durou,
Fui feliz com o que fui
Serei feliz com o que hoje sou,
Com o que a vida me ensinou...
Foi só mais uma página de tantas páginas por escrever...
Melhores dias hão-de vir
E eu? Acabarei por te esquecer.
quarta-feira, 28 de dezembro de 2011
terça-feira, 13 de dezembro de 2011
Poema Nulo
No meio de tanta gente
Sinto-me muitas vezes só...
Porque a companhia de alguém
Pode ser tantas vezes a solidão.
Deus não é cruel! É professor!
Sempre vivi no meio da multidão,
Aninhado no meu mundo aspergo,
Na imaculada redoma envidraçada,
Que o falso autismo me ofereceu...
Talvez por me sentir só no que me é indigo,
Sim, talvez seja isso...
Deus dá-nos força para viver
Mas não nos ensina a sobreviver...
Ou lá quem seja que nos criou...
Deus é pedagogo
E eu ainda não estudei a minha lição.
Mas, afinal acho-me sempre feliz
Penso que vivo no mundo real
No meu mundo real!
Deus não é amigo, é Patrão...
Sinto-me muitas vezes só...
Porque a companhia de alguém
Pode ser tantas vezes a solidão.
Deus não é cruel! É professor!
Sempre vivi no meio da multidão,
Aninhado no meu mundo aspergo,
Na imaculada redoma envidraçada,
Que o falso autismo me ofereceu...
Talvez por me sentir só no que me é indigo,
Sim, talvez seja isso...
Deus dá-nos força para viver
Mas não nos ensina a sobreviver...
Ou lá quem seja que nos criou...
Deus é pedagogo
E eu ainda não estudei a minha lição.
Mas, afinal acho-me sempre feliz
Penso que vivo no mundo real
No meu mundo real!
Deus não é amigo, é Patrão...
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quinta-feira, 1 de dezembro de 2011
Poema para uma Formiga
Ele esperou tantas vezes por um sinal
Que não queria chegar…
Ele teve medo de se perder na desilusão
De não poder ir mais longe que o sonhar…
Ele quis, cada dia um pouco mais, ser feliz a teu lado…
Ele quis construir um futuro,
Pensando apenas na tua felicidade
Colocando-se no passado.
A felicidade que tantas vezes lhe falaste…
Mas que nunca lhe mostraste.
Porque ele só deu, de ti nada recebeu
Ou pelo menos, aquela recompensa tão querida…
Não tinha que ser
A vida é feita de coisas por acontecer.
Mas ele amar-te-á até ao final
Fará de tudo por ti…
Uma coisa é certa:
Serei sempre um sinal,
Não te culpes se um dia entenderes que gosto de ti.
Eu sou o único culpado
Que a minha pena é amar e não ser amado…
Que não queria chegar…
Ele teve medo de se perder na desilusão
De não poder ir mais longe que o sonhar…
Ele quis, cada dia um pouco mais, ser feliz a teu lado…
Ele quis construir um futuro,
Pensando apenas na tua felicidade
Colocando-se no passado.
A felicidade que tantas vezes lhe falaste…
Mas que nunca lhe mostraste.
Porque ele só deu, de ti nada recebeu
Ou pelo menos, aquela recompensa tão querida…
Não tinha que ser
A vida é feita de coisas por acontecer.
Mas ele amar-te-á até ao final
Fará de tudo por ti…
Uma coisa é certa:
Serei sempre um sinal,
Não te culpes se um dia entenderes que gosto de ti.
Eu sou o único culpado
Que a minha pena é amar e não ser amado…
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sábado, 1 de outubro de 2011
Espaços
Que é este meu infinito,
Meu pequeno mundo feito de infinito…
Que mundo este com tamanha dimensão,
E eu? Sou algo tão pequenino,
Tão pequeno como a pequenez que julgo ser
O meu infinito,
O teu infinito…
Pequenos são os olhos daqueles que se fecham
Ao assombro que é ver tamanha da imensidão!
Os meus olhos vão-se abrindo
Devagar, um raio de luz de cada vez,
E a luz vai entrando
E a razão vai surgindo…
E a razão vai sorrindo…
O meu mundo é um grande infinito!
Porque a imensidão tem as portas abertas
Para aqueles que da sua passagem querem usar.
E que imensidão! Que lugar!
Neste pequeno mundo infinito,
O meu sopro soa como um grito…
A vastidão, o infinito
Que nos meus olhos se reflectem,
Os horizontes do infinito.
Renato Machado
Meu pequeno mundo feito de infinito…
Que mundo este com tamanha dimensão,
E eu? Sou algo tão pequenino,
Tão pequeno como a pequenez que julgo ser
O meu infinito,
O teu infinito…
Pequenos são os olhos daqueles que se fecham
Ao assombro que é ver tamanha da imensidão!
Os meus olhos vão-se abrindo
Devagar, um raio de luz de cada vez,
E a luz vai entrando
E a razão vai surgindo…
E a razão vai sorrindo…
O meu mundo é um grande infinito!
Porque a imensidão tem as portas abertas
Para aqueles que da sua passagem querem usar.
E que imensidão! Que lugar!
Neste pequeno mundo infinito,
O meu sopro soa como um grito…
A vastidão, o infinito
Que nos meus olhos se reflectem,
Os horizontes do infinito.
Renato Machado
sábado, 2 de julho de 2011
Queda
Ainda tenho mundos por tocar
Mas eu não estou.
Não me encontro em mim,
Não me encontro nos lugares que costumo estar...
Estarei em algum lugar?
Estarei perdido por aí,
Enrolado numa folha de jornal que alguém se olvidou?
Isto, porque não sou inolvidável,
Tantas vezes me sinto discartável,
Como um placebo ali mais à mão...
Que estranha sensação...
Palavra que se aloja num roda-pé,
Que por ser de pequeno tamanho
Pareço tantas vezes ter em mim aquilo que não o é...
Tudo em mim é estranho,
Tudo tem uma razão
E eu pareço não ter razão de o ser...
Talvez me falte viver,
Quem sabe por onde devo mais crescer.
Medo? Temo-me todos os dias,
Quando o mundo vem, e eu não estou cá.
Seja o que de mim se quiser,
Irei onde puder
Se alguém me empurrar para lá...
Mas eu não estou.
Não me encontro em mim,
Não me encontro nos lugares que costumo estar...
Estarei em algum lugar?
Estarei perdido por aí,
Enrolado numa folha de jornal que alguém se olvidou?
Isto, porque não sou inolvidável,
Tantas vezes me sinto discartável,
Como um placebo ali mais à mão...
Que estranha sensação...
Palavra que se aloja num roda-pé,
Que por ser de pequeno tamanho
Pareço tantas vezes ter em mim aquilo que não o é...
Tudo em mim é estranho,
Tudo tem uma razão
E eu pareço não ter razão de o ser...
Talvez me falte viver,
Quem sabe por onde devo mais crescer.
Medo? Temo-me todos os dias,
Quando o mundo vem, e eu não estou cá.
Seja o que de mim se quiser,
Irei onde puder
Se alguém me empurrar para lá...
segunda-feira, 30 de maio de 2011
Adele (vivendo em mim)
Talvez fosse um engano
Ou eu…
Talvez fosse uma certeza…
Nada me faria ver que estávamos errados
Que os verbos estavam mal conjugados,
Nem eu…
Faria isso de ti, mais humano?
Seria eu o bom samaritano?
Já nada disto tem beleza
Apenas letras e mais letras… uma frieza
De quem deixa para trás
O que de si morreu,
Quem sabe se fui eu…
Mas já não quero procurar que mal me fiz
Nem quero culpar alguém p’lo meu fracasso.
Anoiteceu…
Acho que só me falta dar este passo
E o final? Alguém por mim o diz…
Já está, aconteceu…
Não digas palavras que não queiras dizer
Que eu não direi aquilo que não queres receber.
Mágoa… já passou…
Quem é que nesta vida nunca errou?
Sou poema em constante correcção
Pois sou de carne e de razão,
Tenho sentido e tenho coração
Foi o que nos calhou, o que alguém nos deu,
Para que esta vida fosse uma confusão…
Sim… acho que fui eu…
Tudo isto se sucedeu…
Tudo isto foi uma paixão.
Renato Machado
Ou eu…
Talvez fosse uma certeza…
Nada me faria ver que estávamos errados
Que os verbos estavam mal conjugados,
Nem eu…
Faria isso de ti, mais humano?
Seria eu o bom samaritano?
Já nada disto tem beleza
Apenas letras e mais letras… uma frieza
De quem deixa para trás
O que de si morreu,
Quem sabe se fui eu…
Mas já não quero procurar que mal me fiz
Nem quero culpar alguém p’lo meu fracasso.
Anoiteceu…
Acho que só me falta dar este passo
E o final? Alguém por mim o diz…
Já está, aconteceu…
Não digas palavras que não queiras dizer
Que eu não direi aquilo que não queres receber.
Mágoa… já passou…
Quem é que nesta vida nunca errou?
Sou poema em constante correcção
Pois sou de carne e de razão,
Tenho sentido e tenho coração
Foi o que nos calhou, o que alguém nos deu,
Para que esta vida fosse uma confusão…
Sim… acho que fui eu…
Tudo isto se sucedeu…
Tudo isto foi uma paixão.
Renato Machado
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terça-feira, 10 de maio de 2011
Adele (pensando em ti)
Jurei nunca mais cair
E tu... voaste por cima do meu juramento.
Fizeste o teu ninho sobre o meu corpo tombado,
Como se eu fosse um rochedo cansado de existir...
Vi-te crescer e despegares-te de mim,
Momento a momento.
Em mim, o teu ninho não apanha vento
(sabes que sempre te darei sustento)
Porque mesmo no chão, derrotado,
Farei tudo por ti.
Seria pedir demais, pedindo o teu amor,
Como seria demais pedir que te afastes de mim...
Parece que o teu ninho
Para todo o sempre em mim ficará,
Resta saber que vidas ele nos trará...
Já que para ti, eu só quero o melhor.
Mas se um dia o vento, o teu ninho soprar,
É entre um Sim e um Não que eu vou balançar.
Tal como eu, tem vezes que mereces cair,
E a paga será o meu desamparo...
Se eu puder, sobre ti eu disparo,
E aí verei se é contigo que me vou socumbir.
Renato Machado
E tu... voaste por cima do meu juramento.
Fizeste o teu ninho sobre o meu corpo tombado,
Como se eu fosse um rochedo cansado de existir...
Vi-te crescer e despegares-te de mim,
Momento a momento.
Em mim, o teu ninho não apanha vento
(sabes que sempre te darei sustento)
Porque mesmo no chão, derrotado,
Farei tudo por ti.
Seria pedir demais, pedindo o teu amor,
Como seria demais pedir que te afastes de mim...
Parece que o teu ninho
Para todo o sempre em mim ficará,
Resta saber que vidas ele nos trará...
Já que para ti, eu só quero o melhor.
Mas se um dia o vento, o teu ninho soprar,
É entre um Sim e um Não que eu vou balançar.
Tal como eu, tem vezes que mereces cair,
E a paga será o meu desamparo...
Se eu puder, sobre ti eu disparo,
E aí verei se é contigo que me vou socumbir.
Renato Machado
sábado, 23 de abril de 2011
Aniversário
Aniversário...
Fiz planos de ser feliz,
Planos de passar a barreira do amarelo.
Juntei forças, arranquei-me da raiz
Quebrei em mim o já criado elo,
Tentei fugir do meu armário...
Mais um aniversário...
Os sonhos fazem-se de querer ver o depois,
De deixar para trás tudo aquilo que já se fez.
Onde estou eu? num triste vinte e dois
Sem futuro, a não ser um descrente vinte e três...
Não quero o sossego do meu armário
Terá que ser... mais um aniversário.
Ter, não tenho nada, nem parece que o vá conseguir.
Pelo menos, o hoje é um quadro vazio,
Uma tela que poderia ter riscos, tantos traços,
Mas eu nem sequer tenho abraços
Nem regaços...
Só tenho espaços,
Pequenos mundos onde tudo é frio,
Mundos de onde eu não consigo sair.
Lá vem mais um aniversário...
Quando já nem tenho calma para aquilo que me é diário,
Quando já não suporto o peso deste escapulário,
Vem o peso de mais um aniversário...
Queria eu acreditar que me faço de um amanhã,
Que tenho um lugar que só comigo será lugar...
Mas a luz celeste é coisa de quem tem a mente sã
E eu já não sei em que parte de mim acreditar...
Só não quero ter que viver um aniversário
Ou então, fazer anos mas ao contrário!
Sentir-me criança, em estado primário,
Quando tudo era bom
Até o dia do nosso aniversário...
Fiz planos de ser feliz,
Planos de passar a barreira do amarelo.
Juntei forças, arranquei-me da raiz
Quebrei em mim o já criado elo,
Tentei fugir do meu armário...
Mais um aniversário...
Os sonhos fazem-se de querer ver o depois,
De deixar para trás tudo aquilo que já se fez.
Onde estou eu? num triste vinte e dois
Sem futuro, a não ser um descrente vinte e três...
Não quero o sossego do meu armário
Terá que ser... mais um aniversário.
Ter, não tenho nada, nem parece que o vá conseguir.
Pelo menos, o hoje é um quadro vazio,
Uma tela que poderia ter riscos, tantos traços,
Mas eu nem sequer tenho abraços
Nem regaços...
Só tenho espaços,
Pequenos mundos onde tudo é frio,
Mundos de onde eu não consigo sair.
Lá vem mais um aniversário...
Quando já nem tenho calma para aquilo que me é diário,
Quando já não suporto o peso deste escapulário,
Vem o peso de mais um aniversário...
Queria eu acreditar que me faço de um amanhã,
Que tenho um lugar que só comigo será lugar...
Mas a luz celeste é coisa de quem tem a mente sã
E eu já não sei em que parte de mim acreditar...
Só não quero ter que viver um aniversário
Ou então, fazer anos mas ao contrário!
Sentir-me criança, em estado primário,
Quando tudo era bom
Até o dia do nosso aniversário...
terça-feira, 29 de março de 2011
Igualdade de Palavras
Há palavras feitas para se aplaudirem de pé.
Outras que nem se querem ser ditas,
Há quem diga que são malditas…
Pessoalmente, detesto essas betas, benditas,
Querem fama, acham-se eruditas…
Há filhas e enteadas, mas é!
De quando em vez, solto-lhes as rédeas
Dessas desgraçadas sedentas de liberdade.
E lá vão elas, a alto e bom som
Um “foda-se!” que é do bom,
E sacia cá dentro qualquer traço de ansiedade.
Mas não… aqui não se quer calão!
Só palavras clássicas, elegantes, gentis…
Que fizeram as outras coitadas
Para me responderem no momento imediato
Ao soltar estas mal-amadas
“Isso não se diz!”?
Cada qual tem o seu lugar…
E se alguém por interesse, no mundo as botou,
São então para serem usadas por quem cá ficou…
E se busco a melhor palavra quando procuro figurar,
Que jeito tem dizer “arre” ou “irra” quando me estou a passar?!
Renato Machado
Outras que nem se querem ser ditas,
Há quem diga que são malditas…
Pessoalmente, detesto essas betas, benditas,
Querem fama, acham-se eruditas…
Há filhas e enteadas, mas é!
De quando em vez, solto-lhes as rédeas
Dessas desgraçadas sedentas de liberdade.
E lá vão elas, a alto e bom som
Um “foda-se!” que é do bom,
E sacia cá dentro qualquer traço de ansiedade.
Mas não… aqui não se quer calão!
Só palavras clássicas, elegantes, gentis…
Que fizeram as outras coitadas
Para me responderem no momento imediato
Ao soltar estas mal-amadas
“Isso não se diz!”?
Cada qual tem o seu lugar…
E se alguém por interesse, no mundo as botou,
São então para serem usadas por quem cá ficou…
E se busco a melhor palavra quando procuro figurar,
Que jeito tem dizer “arre” ou “irra” quando me estou a passar?!
Renato Machado
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quarta-feira, 23 de março de 2011
Tu...
Tu, o que és em mim?...
És o vento que fica por me soprar…
A velha árvore que fica por me morrer,
Aquela história que fica por me contar,
O rio que desce, e não mais há-de subir…
O sorriso que deixei por te sorrir…
És a metade de alguém que ainda não te descobriu
Ou a metade de alguém que nunca existiu…
A frase que fica por terminar
Por não ter mais vontade de to dizer,
Ou quem sabe, o dia que há-de chegar,
Ou o dia que ficou por acontecer…
És o frio que a espinha não se me arrepiou
Ou o fogo que não senti, aquele que em mim não crepitou…
Pena não seres nada que viva em mim
Nem nada que eu queira vivendo em mim…
Sou feliz assim… por não seres vontade em mim…
Apenas curiosidade… imagem sem prezas de verdade
Ou qualquer pingo de amor, ou tão pouco lealdade…
Não… em mim não és nada
Nada que mereça o esforço de chorar,
Tal como o pó da estrada
Que a gente sacode para outro dele se sujar…
Renato Machado
És o vento que fica por me soprar…
A velha árvore que fica por me morrer,
Aquela história que fica por me contar,
O rio que desce, e não mais há-de subir…
O sorriso que deixei por te sorrir…
És a metade de alguém que ainda não te descobriu
Ou a metade de alguém que nunca existiu…
A frase que fica por terminar
Por não ter mais vontade de to dizer,
Ou quem sabe, o dia que há-de chegar,
Ou o dia que ficou por acontecer…
És o frio que a espinha não se me arrepiou
Ou o fogo que não senti, aquele que em mim não crepitou…
Pena não seres nada que viva em mim
Nem nada que eu queira vivendo em mim…
Sou feliz assim… por não seres vontade em mim…
Apenas curiosidade… imagem sem prezas de verdade
Ou qualquer pingo de amor, ou tão pouco lealdade…
Não… em mim não és nada
Nada que mereça o esforço de chorar,
Tal como o pó da estrada
Que a gente sacode para outro dele se sujar…
Renato Machado
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domingo, 20 de março de 2011
Apontamento
Contará tudo como sendo verdade
Sim… Não haverá desilusões nas palavras mentidas
Tão pouco sofrimento naquilo que ficará por dizer…
Para quê amar o que nos amarra com tanta ferocidade,
Que tantas vezes nos rouba a dignidade,
Apenas porque somos humanos,
Apenas porque somos moldados por enganos,
Apenas porque a nossa condição é sofrer?
Renato Machado
Sim… Não haverá desilusões nas palavras mentidas
Tão pouco sofrimento naquilo que ficará por dizer…
Para quê amar o que nos amarra com tanta ferocidade,
Que tantas vezes nos rouba a dignidade,
Apenas porque somos humanos,
Apenas porque somos moldados por enganos,
Apenas porque a nossa condição é sofrer?
Renato Machado
terça-feira, 15 de março de 2011
Memórias de um Paulo...
Paulo… Paulo era fogo, era paixão!
Era verde florescendo, o vermelho… o amarelo!
Paulo era uma explosão de sentidos
Um cocktail de sentimentos nunca vividos
Ou quem sabe, já perdidos…
Havia ternura, havia solidão,
Havia um pouco de mar, terra, ar!
Havia a sua alma, havia onde se aninhar…
Havia o belo… Paulo era um castelo!
Era brilho de prata e ouro
Num pedaço de latão…
Paulo fora passado, Paulo queria ser futuro…
A aventura, a luz no escuro,
A paz, a alma, o inferno,
Um momento fugaz
Um olhar que nos queima e que nos trás
O efémero do eterno…
Tudo se acabou,
Já cá não está...
Deus tira-nos o que tantas vezes nos dá...
Memórias de um Paulo
Que ao meu mundo não tornará...
Seu coração se fechou
Adeus amigo... para mim, a tua vida se findou...
Renato Machado
Era verde florescendo, o vermelho… o amarelo!
Paulo era uma explosão de sentidos
Um cocktail de sentimentos nunca vividos
Ou quem sabe, já perdidos…
Havia ternura, havia solidão,
Havia um pouco de mar, terra, ar!
Havia a sua alma, havia onde se aninhar…
Havia o belo… Paulo era um castelo!
Era brilho de prata e ouro
Num pedaço de latão…
Paulo fora passado, Paulo queria ser futuro…
A aventura, a luz no escuro,
A paz, a alma, o inferno,
Um momento fugaz
Um olhar que nos queima e que nos trás
O efémero do eterno…
Tudo se acabou,
Já cá não está...
Deus tira-nos o que tantas vezes nos dá...
Memórias de um Paulo
Que ao meu mundo não tornará...
Seu coração se fechou
Adeus amigo... para mim, a tua vida se findou...
Renato Machado
quinta-feira, 10 de março de 2011
Poema para uma pedra
“Uma pedra só é pedra
Se pedra esta sonhar vir a ser…”
Pobre pedra se pudesse,
Se outro mundo para si houvesse
Não seria pedra, apenas por ser pedra,
Nem que por pedra tivesse de se escolher…
Pedra não é pedra por sua ambição.
Não. Coitada, pedra do chão, sempre pisada…
E fosse ela pedra de altar,
Ou pedra gloriosa de um monumento qualquer…
Mas não… Pedra é pedra de chão!
Calçada cinzenta que se pisa sem se ver,
Pedra enquadrada no seu quadrangular…
Pedra livre presa ao chão… pobre Pedra abandonada…
Lá está ela mais que conformada
Será pedra que ali viverá
Até outra pedra em seu lugar ser tomada…
Pedra, é o teu destino!
Quem p’ra o teu corpo olhar
Verá pedra, mas não a Pedra, a pedra sem história
Pedra sem memória
Pedra que é pedra, e que pedra é o seu destino…
Pedra, serás pedra e terás que o suportar.
Deixa estar Pedra… o teu corpo é imortal.
Quem te pisa, pisa vezes sem conta até se esgotar
Mas tu ver-lhe-ás passar…
E tu, pedra, para o mundo estarás sempre igual…
Renato Machado
Se pedra esta sonhar vir a ser…”
Pobre pedra se pudesse,
Se outro mundo para si houvesse
Não seria pedra, apenas por ser pedra,
Nem que por pedra tivesse de se escolher…
Pedra não é pedra por sua ambição.
Não. Coitada, pedra do chão, sempre pisada…
E fosse ela pedra de altar,
Ou pedra gloriosa de um monumento qualquer…
Mas não… Pedra é pedra de chão!
Calçada cinzenta que se pisa sem se ver,
Pedra enquadrada no seu quadrangular…
Pedra livre presa ao chão… pobre Pedra abandonada…
Lá está ela mais que conformada
Será pedra que ali viverá
Até outra pedra em seu lugar ser tomada…
Pedra, é o teu destino!
Quem p’ra o teu corpo olhar
Verá pedra, mas não a Pedra, a pedra sem história
Pedra sem memória
Pedra que é pedra, e que pedra é o seu destino…
Pedra, serás pedra e terás que o suportar.
Deixa estar Pedra… o teu corpo é imortal.
Quem te pisa, pisa vezes sem conta até se esgotar
Mas tu ver-lhe-ás passar…
E tu, pedra, para o mundo estarás sempre igual…
Renato Machado
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quarta-feira, 9 de março de 2011
Escureceu
Escureceu...
A torre iluminou-se de pirlilampos
E eu fiquei olhando para o vazio.
Fiquei esperando que me enchesse de frio
Talvez tenha ficado na esperança de me ver...
Escureceu...
As paredes brilharam em escarlatadas danças...
E eu vi o mundo, todas as memórias
Todas as minhas histórias,
Todas as minhas lembranças...
A luz desfez-se num único fio.
Pirilampos dançaram em meu redor
E a torre sorriu para mim.
Fui tão feliz!
Fui o eterno, fui tudo o que sempre quis,
Num segundo, o meu melhor
E o pior que possa existir...
O vazio que me fez rir,
Escureceu, e eu passei por mais um fim.
É noite, sou a noite, sou assim.
A torre iluminou-se de pirlilampos
E eu fiquei olhando para o vazio.
Fiquei esperando que me enchesse de frio
Talvez tenha ficado na esperança de me ver...
Escureceu...
As paredes brilharam em escarlatadas danças...
E eu vi o mundo, todas as memórias
Todas as minhas histórias,
Todas as minhas lembranças...
A luz desfez-se num único fio.
Pirilampos dançaram em meu redor
E a torre sorriu para mim.
Fui tão feliz!
Fui o eterno, fui tudo o que sempre quis,
Num segundo, o meu melhor
E o pior que possa existir...
O vazio que me fez rir,
Escureceu, e eu passei por mais um fim.
É noite, sou a noite, sou assim.
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segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011
Londres
Serei palavra em qualquer parte
Serei memória daquilo que pretendo ser?
Não faz mal, o que me importa é estar comigo
O que me faz feliz é saber que tento
Que vou onde me leva o vento
E que no fim, sou aquilo que de mim consigo.
Serei palavra em qualquer parte
Serei o mundo que espera por me ter?
Basta-me apenas sentir-me a seguro
Do sonho que outrora me visitava
E que pelo meu nome tantas vezes clamava...
Talvez seja eu que o sustento, que o procuro.
Serei memória daquilo que pretendo ser?
Não faz mal, o que me importa é estar comigo
O que me faz feliz é saber que tento
Que vou onde me leva o vento
E que no fim, sou aquilo que de mim consigo.
Serei palavra em qualquer parte
Serei o mundo que espera por me ter?
Basta-me apenas sentir-me a seguro
Do sonho que outrora me visitava
E que pelo meu nome tantas vezes clamava...
Talvez seja eu que o sustento, que o procuro.
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domingo, 13 de fevereiro de 2011
Quarto-crescente
“Leite que é bom sempre acaba”
Dizia mãe gata no desespero…
Minha mãe dava-me doces,
Meu pai trazia-me espuma,
E eu era um projecto de gente sonhadora…
Só não vi Nossa Senhora
Nem incenso nem caruma,
E se não fosse o galo cantar
Estaria ainda sentado na estrada,
Com uma mala por vazar
Repleta de pedaços de nada.
Faz tempo que sei que a lua é mentirosa…
Mas sarilho é o negrume que se nasce no dente.
(Salomão bem o sabia.
Mas sobre tal estória nada se ouvia
Dizer que cruzar bem com o mal,
Era abrir guerra com o imortal…)
Pior foi o desabrochar do dia!
Quantas batalhas quiseram que se fossem lutar
Para que de forma leve e airosa,
Nascesse sem espinhos uma única rosa…
Faz tempo que sei o quanto a lua é mentirosa…
Apressou-se a pressa com medo de se atrasar,
Amedrontada de não se ver morrer.
Eu estava lá e nada vi!
(mas eu cá sou assim…)
Nada se deve dever nada
Por dever de um devedor.
Vou acabar por viajar
Ou então pernoitar, acabando por adormecer.
(já a farda está passada
Só me falta um condutor).
Renato Machado
Dizia mãe gata no desespero…
Minha mãe dava-me doces,
Meu pai trazia-me espuma,
E eu era um projecto de gente sonhadora…
Só não vi Nossa Senhora
Nem incenso nem caruma,
E se não fosse o galo cantar
Estaria ainda sentado na estrada,
Com uma mala por vazar
Repleta de pedaços de nada.
Faz tempo que sei que a lua é mentirosa…
Mas sarilho é o negrume que se nasce no dente.
(Salomão bem o sabia.
Mas sobre tal estória nada se ouvia
Dizer que cruzar bem com o mal,
Era abrir guerra com o imortal…)
Pior foi o desabrochar do dia!
Quantas batalhas quiseram que se fossem lutar
Para que de forma leve e airosa,
Nascesse sem espinhos uma única rosa…
Faz tempo que sei o quanto a lua é mentirosa…
Apressou-se a pressa com medo de se atrasar,
Amedrontada de não se ver morrer.
Eu estava lá e nada vi!
(mas eu cá sou assim…)
Nada se deve dever nada
Por dever de um devedor.
Vou acabar por viajar
Ou então pernoitar, acabando por adormecer.
(já a farda está passada
Só me falta um condutor).
Renato Machado
sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011
Ilha a Norte
Tem vezes que me pergunto
Porque não me dou por vencido…
Outras tantas que passo a palma da mão
Naquilo que intitulo de consciência,
E firmo o corpo, levanto o rosto,
E sigo para aquilo que é a minha frente.
Ao certo, nunca fui de me redimir,
Mas também nunca fui de o fazer, de o conseguir…
Ao certo, nunca fui um alvo abatido,
Mas também não vou jurar que já não o tenha sido…
Por tantas vezes me perder,
Por tantas vezes me deixar vencer,
Não significa que em mim não haja persistência…
Que se aloje em mim a pedra e a cal
Que me hão-de sepultar,
Mas não posso crer que seja esse o mal
Que me há-de findar…
No fundo sou uma árvore
Que em pé sucumbe, em pé se seca,
Que morre hirta e gloriosa
Porque ao morrer, nunca mais peca
Por se sentir aos olhos alheios vitoriosa.
Árvore morta que se ergue para tocar o céu
Para mostrar ao mundo, como o mundo já foi seu…
A persistência vive enquanto eu viver
Enquanto por mim estiver disposto a lutar
Enquanto vir ao longe o que posso vir a ser…
Da morte também se faz vida,
Do chão também colhe coragem.
Do medo nasce a despedida
E de mim vem a procura, de mim vem a viagem…
Renato Machado
Porque não me dou por vencido…
Outras tantas que passo a palma da mão
Naquilo que intitulo de consciência,
E firmo o corpo, levanto o rosto,
E sigo para aquilo que é a minha frente.
Ao certo, nunca fui de me redimir,
Mas também nunca fui de o fazer, de o conseguir…
Ao certo, nunca fui um alvo abatido,
Mas também não vou jurar que já não o tenha sido…
Por tantas vezes me perder,
Por tantas vezes me deixar vencer,
Não significa que em mim não haja persistência…
Que se aloje em mim a pedra e a cal
Que me hão-de sepultar,
Mas não posso crer que seja esse o mal
Que me há-de findar…
No fundo sou uma árvore
Que em pé sucumbe, em pé se seca,
Que morre hirta e gloriosa
Porque ao morrer, nunca mais peca
Por se sentir aos olhos alheios vitoriosa.
Árvore morta que se ergue para tocar o céu
Para mostrar ao mundo, como o mundo já foi seu…
A persistência vive enquanto eu viver
Enquanto por mim estiver disposto a lutar
Enquanto vir ao longe o que posso vir a ser…
Da morte também se faz vida,
Do chão também colhe coragem.
Do medo nasce a despedida
E de mim vem a procura, de mim vem a viagem…
Renato Machado
Etiquetas:
desejos
sábado, 5 de fevereiro de 2011
Uma moeda no chão
Não quero ser nada de tudo aquilo que sonho ser,
Nem mesmo quero ser alguém
Que comigo queira viver.
Não me quero aqui, nem mesmo em toda a parte,
Nem que o meu ser seja de suprema arte.
Sou todo o mal e todo o bem,
Sou aquilo que me falta e o que não me convém,
Sou parte de um todo, sou totalmente vazio,
Sou o calor que me acolhe e o próprio frio…
Para onde vou? Sei que em mim não estou…
Porque não sou um rio?
Renato Machado
Nem mesmo quero ser alguém
Que comigo queira viver.
Não me quero aqui, nem mesmo em toda a parte,
Nem que o meu ser seja de suprema arte.
Sou todo o mal e todo o bem,
Sou aquilo que me falta e o que não me convém,
Sou parte de um todo, sou totalmente vazio,
Sou o calor que me acolhe e o próprio frio…
Para onde vou? Sei que em mim não estou…
Porque não sou um rio?
Renato Machado
Etiquetas:
biográficos
quinta-feira, 6 de janeiro de 2011
Quando chove em mim
Quando chove em mim
Só a alegria diz “ ninguém me vence!”
Quando chove em mim
É um trás para a frente
A vida sobe a montante com a corrente
Um rebobinar, um anti-fim
Pois a minha alma, só a mim me pertence.
Quando chove em mim
Não há quem me faça entristecer.
A chuva cai, lava-me
Olha-me e, nos seus braços me acolhe.
(É água-mãe que o filho não escolhe.)
Quando chove em mim
Parto rumo à alegria e ao que der e vier.
Vem chuva! Ama-me!
Trás a mim o que sempre quis
Chuva fresca faz de mim o teu aprendiz!
Quando chove em mim
Sou poema que se dá por terminado
Um sonho limpo, imaculado.
Quando chove em mim
Não quero escutar quem quer que a chuva cesse.
Quero a chuva que a minha alma arrefece.
Quero a chuva que cai em mim
E faz da alegria a minha morada.
Chuva alegre vem ser o meu fim.
Renato Machado
Só a alegria diz “ ninguém me vence!”
Quando chove em mim
É um trás para a frente
A vida sobe a montante com a corrente
Um rebobinar, um anti-fim
Pois a minha alma, só a mim me pertence.
Quando chove em mim
Não há quem me faça entristecer.
A chuva cai, lava-me
Olha-me e, nos seus braços me acolhe.
(É água-mãe que o filho não escolhe.)
Quando chove em mim
Parto rumo à alegria e ao que der e vier.
Vem chuva! Ama-me!
Trás a mim o que sempre quis
Chuva fresca faz de mim o teu aprendiz!
Quando chove em mim
Sou poema que se dá por terminado
Um sonho limpo, imaculado.
Quando chove em mim
Não quero escutar quem quer que a chuva cesse.
Quero a chuva que a minha alma arrefece.
Quero a chuva que cai em mim
E faz da alegria a minha morada.
Chuva alegre vem ser o meu fim.
Renato Machado
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